Fazendo Upgrade do seu Computador

Às vezes quando percebemos que nosso computador não é mais suficiente para rodar os programas e jogos mais recentes, nossa reação é simplesmente pensar em comprar um novo. Porém muitas vezes este não é o melhor caminho a seguir, ao invés de trocar todo o micro, podemos trocar apenas componentes chave para o desempenho do sistema, ou seja, fazer um upgrade.

Nem sempre é fácil decidir qual seria a melhor alternativa de atualização. - O que eu deveria trocar para melhorar o desempenho do meu micro? O HD? As memórias? O processador? A placa de vídeo? Seria melhor jogar tudo fora e comprar um novo??

Para decidir quais componentes devem ser subistituídos é preciso examinar a configuração atual do micro e definir qual a quais aplicações ele se destina. Um micro destinado a um escritório, tem como prioridade a velocidade do processador, disco rígido e quantidade de memória. Um PC voltado para jogos, já prioriza também uma boa placa de vídeo.

Examinemos a seguinte configuração:

    - Pentium 150 MHz
    - 16 MB de RAM
    - HD de 2.6
    - Placa de vídeo Trident 9680 de 2 MB
    - CD ROM de 24x
    - Placa de Som 16 bits
    - Monitor SVGA 14"
    - Modem de 33.6
    - Windows 98

Imaginemos que o micro é utilizado para acessar a Internet e aplicações de escritório, principalmente o Office. Apesar do micro ter uma configuração equilibrada, o usuário seria muito beneficiado se aumentasse a quantidade de memória RAM para 48 ou 64 MB, pois memória RAM atualmente custa muito barato, pouco mais de R$ 1 por megabyte. O passo seguinte seria trocar o processador, neste caso deveríamos examinar quais processadores são suportados pela placa mãe (essas informações estão contidas no manual) e nos decidir por um deles, ou então trocar também a placa mãe por uma mais recente. Não faria sentido trocar a placa de vídeo, pois nesse caso ela é mais do que suficiente, muito menos o drive de CD-ROM ou a placa de som.

Vamos examinar agora um outro caso:

    - Pentium II de 333 MHz
    - 64 de RAM
    - HD de 4.3
    - Placa de Vídeo Trident 9685
    - CD ROM de 32x
    - Placa de Som 32 AWE
    - Monitor SVGA 15"
    - Modem de 56k
    - Windows 98

Imaginemos que o dono deste micro é viciado em jogos, princiaplmente jogos 3D com o Quake 2 e simuladores do vôo. Apesar do micro ter uma exelente configuração, o dono seria muito beneficiado pela instalação de uma placa de vídeo 3D.

Para ilustrar melhor, vamos discutir sobre qual a vantagem da troca de cada componente:

Memória RAM: Pelo baixo custo e pela grande melhora de desempenho ao aumentar a memória RAM, esta quase sempre é a opção mais prioritária de upgrade. Atualmente se encontram à venda memórias RAM por pouco mais de R$ 1 por megabyte. Antigamente ela custava muito mais caro, a apenas 2 anos custavam em média R$ 45 por megabyte!

Na memória RAM são carregados todos os programas abertos. Caso a quantidade de memória não seja suficiente para rodar um determinado programa, o Windows cria um arquivo temporário no disco rígido. Este arquivo, chamado "swap file" ou memória virtual, é utilizado como se fosse memória RAM. Assim, os dados que deveriam ser gravados na memória, são gravados neste arquivo, e é possível carregar o programa. Acontece que o disco rígido, é milhares de vezes mais lento do que a memória RAM, de modo que o uso de memória virtual pelo SO deixa o sistema extremamente lento.

O aumento da quantidade de memória RAM, não deixa o sistema mais rápido, porém com mais memória RAM, deixamos de usar memória virtual, resultando num ganho brutal de performance. Para se ter uma idéia, rodando o Windows 95, um Pentium 100 com 32 de memória RAM, é muito mais rápido do que um Pentium II 300 com apenas 8 MB.

A quantidade nescessária de memória RAM deve ser medida pelos programas usados no micro. Caso você seja daqueles que custumam usar apenas um programa de cada vez, geralmente um editor de textos, então 32 MB de memória serão muito mais do que suficientes, muitas vezes 16 MB já dão conta do recado. Caso você tenha o costume de trabalhar com vários programas abertos, ou usa programas gráficos pesados, então será muito beneficiado pelo uso de 64 MB ou mais de RAM. Vale lembrar que existe queda de desempenho ao usar mais de 64 MB de RAM na maiorida das placas mãe de soquete 7 (Pentium, K-6, MMX, etc.) para mais detalhes sobre isso leia a nossa sessão FAQ ou nosso tutorial sobre memórias. Esse problema não existe porém caso se esteja utilizando um processador Pentium II.

O Processador: O processador é o cérebro do computador, e o principal responsável pelo desempenho do sistema, porém de nada adianta um processador veloz em um conjunto fraco. Atualmente, escolhemos basicamentete entre o MMX, o Pentium II, o Celeron, o K6 e o K6-2, uma boa alternativa são os processadores Cyrix, mas como é praticamente impossível encontrá-los aqui no Brasil, darei mais atenção aos outros:

    Pentium MMX: Seria uma alternativa para um upgrade de baixo custo, principalmente para quem já tem uma placa mãe que ofereça suporte a este processador e esteja querendo atualizar o micro. Em termos de custo benefício já não é a melhor opção, mas existe a opção de overclocá-lo, assim, com um 233 MMX overclocado para 262 (3,5x 75) já é um bom equipamento, capaz de rodar qualquer aplicação mais pesada.

    AMD K6 : K6 da AMD é o concorrente direto do MMX, possui basicamente as mesmas caracteristicas, ganhando em aplicações de escritório e perdendo em aplicações multimídia, como já explicamos em outras oportunidades. A grande vantagem dele sobre o MMX porém é justamente o preço, ele custa menos de 2/3 de um MMX de mesmo clock se tornando uma boa opção em custo benefício. O seu maior problema é o aquecimento exagerado que praticamente impossibilita o overclock.

    Celeron: Versão de 266 MHz do Celeron por pouco não é ultrapassada em velocidade por um 233 MMX em aplicacões de escritório. Ele se dá bem porém em aplicativos gáficos e jogos, sendo nestes casos pouco inferior a um Pentium II do mesmo clock. O trunfo deste processador porém é a sua overclocabilidade. Um Celeron 266 roda sem problemas a 400 MHz (4x 100MHz) ou 448 MHz (4x 112MHz). Claro que para isso é preciso uma placa mãe com chipset BX, como a Abit BX-6 ou a Abit BH-6 que são um pouco difíceis de achar aqui no Brasil e quase sempre bem caras, na faixa de 250 reais. Além disso são nescessárias memórias PC-100 (SDRAM's comuns não servem) o que encarece ainda mais o conjunto. Até bem pouco tempo atrás o Celeron 266 overclocado para 448 era uma das melhores opções em custo-beneficio, mas deixou de ser atraente com o lançamento do Celeron Mendocino.

    Celeron "A" (Mendocino): O mais novo lançamento da Intel, o novo Celeron agora incorpora um cache L-2 de 128 kB, que ao contrário do que acontece no Pentium II, roda na mesma velocidade do processador .

    Ao contrário do que se poderia esperar, o Celeron Mendocino de 300 MHz também permite overclock para 450 MHz, desta vez com bus de 100 MHz e multiplicador de 4,5x. Isto foi uma verdadeira bomba, já pensaram um processador que custa pouco mais de 80 dólares (nos EUA) bater em performance um P-II 400?? Pois isso ja é realidade, em conjunto com uma placa com chipset BX (Abit BH-6, Abit BH-6, etc.) e memória PC-100 o Celeron Mendocino roda estavelemnte a 450 MHz (!!). Isso acontece por que ele usa a mesma tecnologia usada no Pentium Xeon de 400 MHz. A única desvantagem do Celeron Mendocino é a incapacidade de usarmos mais de um processador (podemos usar dois P-II na mesma placa mãe, formando um sistema duplo-processado) o que o restringe ao uso doméstico.

    Atualmente o Celeron Mendocino é a melhor opção custo-benefício, talvez a melhor da história. É so ter um pouco de paciência e esperar ele começar a aparecer aqui nas terras tupiniquins.

    Pentium II: Para uso doméstico atualmente não é uma boa escolha, pois tanto o Celeron quanto o Celeron Mendocino (em overclock) acabam saindo mais baratos que um P-II 300 e oferecem um desempenho bem superior. A única vantagem do P-II sobre eles é a possibilidade de usar dois processadores, porém para uso doméstico isso não faria sentido.

    Pentium II Xeon: Se o micro for para uso doméstico esqueça-o. O Xeon foi feito sob medida para servidores de rede, a diferenca dele para o P-II comum é o cache L-2 que funciona na mesma velocidade do processador, e a possibilidade de usarmos até 8 processadores na mesma placa mãe. Estas caracterísaticas porém só fazem sentido num servidor de rede. Num servidor, as informações processadas são tão repetitivas, que o cache L-2 no mesmo clock do processador faz uma difereça incrível, o que pouco ajuda num micro doméstico. Além disso só um louco ia querer usar um sistema multiprocessado para jogar Quake 2.

    AMD K6-2: É a resposta da AMD para o Pentium II da Intel. As diferenças para o K6 antigo é a nova técnica de fabricação do chip em .25 micron, o que soluciona o problema de aquecimento encontrado nos antigos K-6 e até possibilita overclocks da ordem de 10 ou 15%, além das instruções 3-D Now! que melhoram o desempenho do micro em gráficos 3-D desde que façamos uso támbem de uma placa 3D. O problema das instruções 3-D Now!, é que caso usemos softwares ou jogos que não façam uso destas instruções, estas se tornam inúteis. Felizmente a Microsoft incluiu suporte ao 3D Now! no DirectX 6, e muitos fabricantes estão incluindo suporte nos drivers de suas placas de vídeo. Em instruções que não fazem uso do 3D Now!, o K6-2 é inferior a um P-II do mesmo clock, não sendo muito superior a um MMX, porém em aplicativos que façam uso destas instruções ele chega a superar o P-II.

    Vale lembrar que para manifestar todo o potencial do K6-2, é preciso usá-lo em conjunto com uma placa mãe Super-7 que aceitam bus de 100 MHz. Estas ainda são bem difíceis de achar aqui no Brasil.

A Placa Mãe: A placa mãe é um dos principaiscomponentes do micro. Porém, quase sempre a diferença de performance entre placas mãe equivalentes porém de marcas diferentes não passa da casa dos 5%. Porém muitas vezes quando fazemos um upgrade é preciso também a substituição da placa mãe. Atualmente podemos dividir as placas mãe à venda em:

    Placas que Usam Slot One: As placas para Pentium II obrigatoriamente usam o slot one, onde é encaixado o processador. O formato deste slot, lembra um pouco o de um Slot ISA.

    Placas que Usam Slot One: As placas para Pentium II obrigatoriamente usam o slot one, onde é encaixado o processador. O formato deste slot, lembra um pouco o de um Slot ISA.

    Já as placas com chipset BX, como a Abit BX6 e a Abit BH6 suportam bus de 100 MHz, permitindo o uso de processadores Pentium II de 350, 400 e 450MHz. É importante lembrar que somente com uma placa com chipset BX podemos overclocar o Celeron 266 para 400 MHz. Outro ponto a favor é que essas palcas são compatíveis com os processadores Pentiun II antigos, de modo que usando uma placa BX, em conjunto com um P II 233 por exemplo, o seu micro ficará pronto para um upgrade futuro trocando apenas o processador.

    Placas com Slot Two: O slot two foi criado pela intel para acomodar o Pentium Xeon, esta traz novidades na arquitetura que privilegiam este processador. Estas placas porém são muito caras.

    Placas Soquete 7: Essas são as placas mais antigas, que rodam o Pentium Comum, o MMX e o K6. Utilizam bus de 66, 75 e 83 MHz, dependendo da placa. Quanto maior o bus permitido pela placa mãe, maior serão as suas possibilidades de fazer overclock, pois os processadores MMX, bem como os K6, possuem uma trava que impede que mudemos o multiplicador de clock, assim so podemos fazer overclock aumentando a velocidade do barramento, isto certamente deve pesar na hora da compra. Vale lembrar que o MMX e o K6 utilizam voltagem dual, ou seja, o processador trabalha internamente com 2,8v e externamente com 3,3v. Nem todas as placas tem esse recurso, não permitindo o uso destes processadores.

    Placas Super 7: Os novos processadores AMD K6-2 usam barramento de 100 MHz, e por isso foram desenvolvidas placas equipadas com soquete 7 que funcionam à essa velocidade. Apesar do K6-2 funcionar em placas mais antigas, que so suportam bus de 66 MHz, o seu desempenho fica bastante prejudicado, por isso o ideal é usá-lo em uma placa Super-7. Bons exemplos de placas são a FIC-PA-2013 e a ASUS P5A. Caso tenha decidido trocar o seu processador por um K6-2, então reserve também algum dinheiro para comprar também uma boa placa.

O tipo de placa a ser comprado, deve ser escolhido de acordo com o processador a ser usado, também devemos levar em conta upgrades futuros. Ao invés de comprar uma placa para P-II com chip-set LX (mais barata) poderíamos comprar uma que usa chip-set BX, assim além de nos beneficiarmos com as possibilidades de overclock permitidas por esta placa, deixariamos nosso micro pronto para um upgrade direto para um P-II 400 ou superior trocando-se apenas o processador.

Placa de Vídeo: Para quem gosta de jogos, a placa de vídeo faz muita diferença, mas para quem trabalha com editores de texto, uma placa de última geração não traz vantagens. Atualmente temos placas de vídeo 2D e 3D, certamente você já está familiarizado com as funções de cada uma. Existem dois tipos de placas de vídeo 3D, as que funcionam em conjunto com uma outra placa 2D, e as combo que ao mesmo tempo processam gráficos em 2 e 3 dimensões. Quase sempre as placas Combo saem mais barato, pois poupam você de ter de gastar mais dinheiro com uma placa de video 2D. Bons exemplo de placas Combo são a Viper V330 e V550, estas inclusive são excelentes placas, principalmente levando-se em conta o fator custo-benefício.

Quanto à placa de vídeo 2D, não se preocupe muito. Não é preciso uma grande placa para gerar gráficos 2D satisfatórios, pois a parte dificil mesmo fica por conta das palcas 3D, nelas sim a performance faz muita diferença. Qualquer placa média, como uma Trident 9685, ou uma Diamond 2000 oferecem um desempenho mais do que suficiente, qualquer coisa acima disso só será percebido através de benchmarks. Na prática a diferença é quase nula.

Outro ponto confuso atualmente, é o papel das placas de vídeo AGP. Uma placa de vídeo não é mais rápida simplesmente por ser AGP. A vantagem do AGP, é que ele oferece uma banda maior de passagem de dados, mas se a placa não for rápida o suficiente para fazer uso desta banda toda, então não existe ganho de performance. Além disso as vantagens do AGP só podem ser aproveitadas por uma placa de vídeo 3D. É simplesmente ridículo querer uma placa 2D que seja AGP.

HD: Apesar da velocidade do HD fazer bastante diferença no desempenho geral do sistema, não vale à pena trocar o seu HD por outro, simplesmente pensando na velocidade. Leve mais em conta se realmente você está precisando de mais espaço, caso não, ent ão é melhor esperar, pois o HD é um dos componentes do PC que mais evoluiu e que mais caiu de preço. Só por curiosidade, os primeiros HD's para uso doméstico, no começo da década de 80, tinham menos de 5 MB, e custavam mais de 3.000 dólares. Quanto mais você esperar antes de trocar o seu HD, menos vai gastar e melhor sera o equipamento que você irá adiquirir.

CD-ROM: Atualmente vemos muitos anúncios de micros, onde se dá bastante destaque à velocidade do CD ROM. Mas na prática, o CD ROM é sem dúvida o componente que menos influencia na velocidade do micro.

Basicamente, usamos o CD-ROM para duas coisas: Instalar programas e jogar jogos que rodam apartir do CD. Logicamente, um CD mais rápido resultará numa instalacação de programas mais rápida, porém, quanto tempo você custuma passar por semana instalando programas apartir de CD's? Será que valeria à pena gastar mais 80 ou 100 reais simplesmente para economizar alguns segundos? O que deve ser levado em considereção ao comprar um CD-ROM, não é a velocidade, mas, a qualidade do equipamento, e principalmente o fato dele ler ou não todos os tipos de CD's. Muitos CD-ROM's, lêem apenas CD's prateados, não conseguindo ler CD's gravados. Sem dúvida isso lhe dará muito mais dor de cabeça do que simplesmente gastar mais alguns segundos para instalar um programa qualquer.

Se você tem um CD de 12 ou 8x, que está funcionando corretamente, então não pense em trocar. Seria dinheiro jogado fora.

O Gabinete: Existem vários tipos de gabinetes. Os mini torre, long tower, ATX, etc.

Os mais usados são os mini torre, muito provavelmente o seu micro está montado num desses gabinetes. Porém, ao trocar a placa mãe num upgrade, talvez seja preciso trocar também o gabinete. As placas mãe diferenciam-se também pelo tamanho: as AT, e baby At, são bem acomodadas por gabinetes mini torre ou long tower. Mas outras só encaixam em gabinetes ATX. Falando em ATX, estes gabinetes oferecem recursos não encontrados em seus irmãos menores, como a possibilidade de desligar o micro via software e uma fonte inteligente.

Decida com cuidado os componentes do seu micro que devem ser trocados, levando em consideração, todos os aspectos discutidos até agora, e principalmente o uso do micro. Não se deixe levar pelo marketing dos fabricantes, achando que se o seu micro não é um top de linha, ele está obsoleto. Um bom micro é aquele que satizfaz as suas nescessidades, não importa se é um 486 ou um Pentim II Xeon com 512 MB de RAM.

Bhagavata



Hard&Cia - 2001
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